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Manaus

Escrito pelo Dr. Osvaldo Pires de Holanda.

Por ocasião do 15º Congresso Brasileiro de Esperanto, em Niterói, RJ, de 14 a 21 de Julho de 1957, Sebastião Augusto relatou à Comissão de Redação:

“Quando cheguei a Manaus em 1945, o movimento esperantista era quase desconhecido; fui informado sobre a existência de uma associação, dirigida por Adriano Jorge com apoio das tradicionais famílias Bernardo Ramos e Rego Monteiro.

Em 1928 viajei para Portugal e retornei em 1932, quando comecei a divulgar a língua pelos jornais “União Portuguesa”, “Tribuna”, “O Jornal”, “Diário da Tarde”, “Reação”, “A Gazeta” e outros jornais e revistas.

Organizei cursos na “União Operária” com permissão de Felizmino Soares, principal diretor da Escola. Antes da abertura do curso organizei uma bela exposição com artigos esperantistas no grande salão da União Operária, onde, entre os presentes estava Álvaro Botelho Maia, então governador do Estado do Amazonas, o qual incitou-me com belas e entusiásticas palavras. Todavia, no curso inscreveram-se apenas oito alunos e, lamentavelmente, dois meses após, permaneceu apenas o instrutor.

Em março de 1938 consegui do padre Estelion, superior do Colégio Dom Bosco, a promessa de introduzir o ensino da língua Esperanto naquele educandário, mas a promessa nunca foi cumprida.

Em 1940 dirigi um curso de Esperanto, de cujos alunos apenas um tornou-se esperantista: é ele Sebastião Gomes de Lima. Todavia, ele pouco pode fazer porque leciona em cidades distantes no interior do Estado.

Em 1941 consegui permissão de André Vidal de Araújo para instituir um curso na “Escola de Serviço Social”, onde após uma exposição de livros, cartões postais, jornais e revistas, inscreveram-se apenas três alunos os quais após algumas aulas desapareceram. Mais uma vez meus sonhos fracassaram.

Felizmente, após muitos escritos pela imprensa, consegui reunir quatorze pessoas e a 9 de março de 1947 consegui um dos mais elevados sonhos de minha vida: a fundação do “Amazonas Verda Stelo”. Todavia, apesar das entusiásticas promessas dos fundadores, nosso caríssimo Amazonas Verda Stelo viveu apenas até 2 de maio de 1949.

Sobre o relato de Sebastião Augusto, a Comissão de Redação do 15º Congresso Brasileiro de Esperanto manifestou-se do seguinte modo: “A história do Esperanto no Amazonas é o resumo da vida de Sebastião Augusto, bravo batalhador, que persistentemente semeou, não tendo o prazer de fazer uma colheita”.

Passaram-se vários anos desde quando o Amazonas Verda Stelo encerrou suas atividades. Mas as sementes lançadas pelo pioneiro Sebastião Augusto hibernaram um longo período, mas em 1986, cheio de entuziasmo, surgiu no cenário esperantista um homem culto e inteligente que tomou sobre si a difícil tarefa de revigorar o movimento esperantista em Manaus: Dr. Jayme Pereira. Sua determinação era tirar o Esperanto do marasmo em que vivia o movimento naquela capital. Desse modo ele conseguiu reunir muitas pessoas em seu redor e assim o Amazona Esperanto-Asocio fez realizar durante o período março/abril de 1986 o 1º Concurso Literário sobre o Esperanto realizado em Manaus, com prêmios em dinheiro aos vencedores até a 3ª classificação. A soma era de Cr$ 1.000,00, Cr$ 500,00 e Cr$ 250,00 respectivamente, conforme a classificação. O tema era: Esperanto Língua Internacional, Sua História, Divulgação no Mundo, Introdução no Brasil e na Amazônia; Esperanto - Causa e Efeito para a Paz Mundial. Participantes: alunos do 1º grau de todas as escolas estaduais, municipais e federais de Manaus.

Em 15 de março de 1991 o Dr. Jayme Pereira fez entrega de certificados a dezenove alunos. Em 8 de abril do mesmo ano ele dirigiu outro curso com a participação de maior número de alunos.

Além disso, o anuário de 1991, da Associação Universal de Esperanto, anuncia que Manaus tornara-se a primeira cidade no mundo em número de inscritos naquela associação.

Homem trabalhador e culto, Jayme Pereira foi presidente da União Brasileira de Escritores Amazonenses. Ele conseguiu instituir um curso de Esperanto na Universidade Federal do Estado do Amazonas e atualmente esforça-se para reativar também o movimento esperantista nos demais Estados da Região Amazônica.

Merece realce o fato de que no ano de 1991 a Associação Amazonense de Esperanto conseguiu realizar oito cursos de Esperanto, com a participação de 150 alunos.

A 15 de dezembro de 1991, em homenagem ao Dia do Esperanto, a associação Amazonense de Esperanto e a Prefeitura de Manaus inauguraram um monumento ao Esperanto, sonho que há longo tempo acompanhou os esperantistas amazonenses. Ele encontra-se na Avenida Castelo Branco e é o 22º no mundo.

A 1º de janeiro de 1992 foi eleita e empossada a nova diretoria da Associação Amazonense de Esperanto para o período de 1992–1994, cujos eleitos foram os seguintes:

Presidente, Dr. Jayme Pereira; Vice-presidente, Marli Rodrigues Franco; Secretária, Ana Maria da Silva; Tesoureiro, Severino Felisberto de Santana; Diretor de Ensino, Joacir Camboim; Diretora de Imprensa, Terezinha Patrícia Viana de Souza; Diretor de Edições, Djalma da Paz Gomes; Diretor de Eventos e Divulgação, José Crisóstomo de Souza Filho; Diretora do Departamento de Coordenação da Associação dos Amigos do Esperanto, Maria Dalva Sena de Souza.

Segundo informação publicada no jornal “Verda Stelo” (Estrela Verde) editado pelo Dr. Jayme Pereira, presidente da Associação Amazonense de Esperanto e delegado regional da Associação Universal de Esperanto (Pará, Amazonas, Amapá, Roraima, Acre e Rondônia):

Em 1991 ele conseguiu oitenta e sete filiações à UEA e só em Manaus existiam onze clubes esperantistas. Além disso, Dr. Jayme Pereira destaca no movimento da Região Norte, os seguintes coidealistas: Oscar de Lira Carneiro e Raimundo Dourado de Souza (Roraima), Valdenir Araújo Pessoa (Santarém-PA), Ramiro Barros de Castro e Alberto Milhomes (Belém-PA), Sebastião Felisberto de Santana (Presidente Figueiredo-AM), José Joacir de Souza Camboim e Davis Queiroz Marques (Manaus-AM).

O jornal destaca a visita a Manaus do delegado geral da UEA no Brasil, smideano Jorge Soares das Neves.

Graças aos esforços do Dr. Jayme Pereira, presidente da Associação Amazonense de Esperanto, em 1992 existiam em Manaus as seguintes sociedades esperantistas:

- Clube Esperantista Mario Ypiranga Monteiro, presidente Ariosto Neves Rodrigues;

- Clube Esperantista Estrela Verde, presidente Shirley Mara Abreu Nascimento;

- Clube Esperantista de Candiru, presidente Edna Tereza Freire Paula;

- Clube Esperantista Cobra Grande, presidente Célia Regina Carrara da Cunha;

- Clube Esperantista de Tucuxxi, presidente Nilo Filho dos Santos Cavalcante;

- Clube Esperantista Zamenhof, presidente Adriano Albuquerque Gomes;

- Clube Esperantista de Rio Negro, presidente Ana Claudia e Silva Barros;

- Clube Esperantista Embratel, responsável Maria de Nazaré Brito de Souza;

- Clube Esperantista Universitário, responsável Marlei Rodrigues Franco.


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  • de valdenir_pessoa