natal_pt

Natal

Escrito pelo Dr. Osvaldo Pires de Holanda.

Trabalho enviado pelo Sr. Arlindo Castor de Lima, em português, para o 15º Congresso Brasileiro de Esperanto, realizado em Niterói-RJ, de 14 a 21 de Julho de 1957. Ele era mais extenso, mas agora traduzido resumidamente pelo coordenador, sem prejuízo dos principais acontecimentos históricos.

Os Anais do 15º Congresso Brasileiro de Esperanto ocorrido em Niterói, RJ, registra que durante o congresso foi apresentado um trabalho enviado por Arlindo Castor de Lima, incansável divulgador do Esperanto na cidade de Natal, RN.

Como nenhum representante do Rio Grande do Norte participou do congresso, o trabalho de Arlindo Castor de Lima foi lido por Octávio Vianna Peixoto, primeiro secretário do congresso.

Inicialmente o subscritor do trabalho declara que, “conforme convite do Dr. Mario Ritter Nunes, presidente da comissão organizadora local, se esforçaria para cumprir a honrosa tarefa pelo menos no que se refere aos mais importantes fatos ocorridos em terras potiguares sobre o Esperanto, de 1940 até aquele momento”.

“Anteriormente à existência da Associação Potiguar de Esperanto, haviam somente esperantistas isolados. Há informações de que a Liga Artístico-Operária de Natal dirigiu um curso de Esperanto no ano de 1926, cujo professor foi o Sr. Jerônimo dos Santos. Além dele haviam outros esperantistas: João Pereira de Siqueira, em Natal; Jorge Cruz, em Macau; Estevão Alves, em Macaíba; Dr. Maltez Fernandes, em Carnaúbas; Dr. Gentil Fernandes, em Areia Branca; e Targino Soares, em Mossoró, onde foi fundado o primeiro grupo esperantista do Estado, conforme apontamentos de Moacir da Silva Cunha”.

“Em 1940 Moacir Silva Cunha, jornalista e caixeiro-viajante do “Laboratório Raul Leite”, transferiu-se para Natal; um dia, por acaso, li o jornal “O Estandarte”, que publicara dois artigos, um dele e outro escrito por mim. Informado de que ele era esperantista e, desejando contatá-lo, enviei-lhe um bilhete felicitando-o pelo seu artigo. A resposta veio em Esperanto e eu nada compreendi. Alguns dias depois visitei-o em seu apartamento no Hotel América, onde vi pela primeira vez uma verdadeira biblioteca, contendo obras editadas em diversos países”.

“Naquele mesmo dia projetamos a fundação de um grupo esperantista e, com a ajuda de José de Alcântara Barbosa e do jornalista Luiz Mario Alves, conseguimos informações junto à Liga Brasileira de Esperanto e orientação dos coidealistas Hermes Pitta, de Salvador e Maria do Socorro Monteiro, de Garanhuns, os quais posteriormente tornaram-se nossos amigos”.

“Assim, a 28 de setembro de 1940, na sede da Associação dos Professores de Natal, na presença de várias autoridades civis, militares e eclesiásticas, além de professores, jornalistas e grande número de pessoas, foi fundada a Associação Esperantista do Rio Grande do Norte”.

“Presidiu a solenidade o escritor Luiz da Câmara Cascudo, que declarou fundada a Associação e a seguir foi eleita por aclamação a seguinte diretoria: Presidente, Moacir da Silva Cunha; Secretário Geral, Luiz M. Alves; 1º Secretário, Arlindo Castor de Lima; 2º Secretário, José de Alcântara Barbosa; Tesoureiro, A. Calmon Costa; Bibliotecária, Profa. Edite Câmara; e Diretor do Departamento de Propaganda e Cultura, Raul Lemos. Foram eleitos como membros honorários: o escritor Luís da Câmara Cascudo, Dr. Alberto Couto Fernandes e o Prof. Ismael Gomes Braga”.

“A posse da diretoria ocorreu a 1º de novembro do mesmo ano, sob a presidência do Dr. Américo de Oliveira Costa, chefe de gabinete do interventor federal do Estado. Assistiram ainda a posse representantes das seguintes autoridades: Bispo Diocesano da Capital; Capitão dos Portos; Presi dente do Departamento Administrativo do Estado; Diretor do Departamento de Educação; Comandante da Força Pública; Cônsul do Chile; Dr. Luiz da Câmara Cascudo; Dr. Raul Fernandes; Representantes da Imprensa; Senhoras, membros da Associação e admiradores da Língua Internacional”.

“Os primeiros atos da Associação foram a filiação à Liga Brasileira de Esperanto e a instituição de um curso de Esperanto sob a direção do Prof. Moacir da Silva Cunha”.

“Em 1941, em conseqüência da 2ª Guerra Mundial, quase não houve atividades, mas a 28 de setembro foi eleita a segunda diretoria, sob a presidência do veterano esperantista Prof. Jerônimo dos Santos, cujo mandato estendeu-se até 15 de dezembro de 1945. Durante o período critico, só ele e o primeiro secretário mantiveram a flama do ideal esperantista”.

“A 5 de maio de 1941 foi fundado o “Lidja Zamenhof Esperantistina Grupo”, cuja diretoria, eleita e empossada em 26 do mesmo mês, foi a seguinte: Presidente, Cremilda dos Santos; 1ª Secretária, Alba Medeiros; 2ª Secretária, Maria Aparecida Bezerra; Oradora, Valdomira Lopes; Tesoureira, Aliete Silva; e Bibliotecária, Mariete Leite”.

“Durante os primeiros anos de existência do LZEG foi vigoroso o movimento; realizaram-se cursos, solenidades e excursões, graças ao entusiasmo de numerosas senhoritas do Bairro do Alecrim”.

“A 14 de julho de 1946 foi eleita nova diretoria, cujo Presidente foi Dr. Adauto Azevedo, prefeito de Natal; 1º Secretário, Arlindo Castor de Lima; 2º Secretário, Genar Bezerril, Tabelião do 2º Cartório da Capital”.

“A 28 de outubro de 1948 o Estatuto foi registrado sob a sigla e nome: APE – Associação Potiguar de Esperanto, publicado no Diário Oficial do Estado”.

“A APE inscreveu-se no 11º e 12º Congressos Brasileiros de Esperanto realizados respectivamente de 13 a 21 de setembro de 1947 em São Paulo, e de 21 a 28 de setembro de 1949 em Belo Horizonte”. Conforme Lei nº 159, de 10 de outubro de 1949, sancionada pelo governador do Estado, Dr. José Augusto Varela, projeto do deputado Cosme Lemos, aprovado por unanimidade pela Assembléia Legislativa, que reconheceu a Associação Potiguar de Esperanto como de Utilidade Pública. A Associação Potiguar de Esperanto cumpriu também um importante papel na organização do 13º Congresso Brasileiro de Esperanto realizado em Recife, em fevereiro de 1952. O governador do Estado do Rio Grande do Norte auxiliou monetariamente o congresso com a soma de Cr$ 3.000,00 (três mil cruzeiros), Decreto nº 2.191, de 29 de novembro de 1951, publicado no Diário Oficial do Estado do dia 30 do mesmo mês”.

“A 5ª Convenção Esperantista Nordestina realizou-se em Natal nos dias 25 e 26 de setembro de 1955 e foi um dos mais destacados eventos da Capital”.

“A 6ª Convenção teve lugar em Fortaleza, CE, em julho de 1956; a APE colaborou com a participação de vinte pessoas e, o prefeito de Natal, Sr. Djalma Maranhão, auxiliou monetariamente o evento”.

“Atualmente a Associação prossegue vigorosamente e mantém constantes cursos de Esperanto. Prof. Jerônimo dos Santos, aos domingos das 18:50 às 19:00 horas, apresenta pela Rádio Nordeste, Esperanto em Foco”.

“No ano de 1957 a diretoria da APE é a seguinte: Presidente de Honra, Prefeito Djalma Maranhão; Presidente, Prof. Waldson Pinheiro; Secretário Geral, Dr. Paulo Gomes da Costa; 1º Secretário, Arlindo Castor de Lima; 2º Secretário, Raul Vidal Lemos; Tesoureiro, Prof. Pedro Pinheiro; Bibliotecária, Srta. Marlene Maria Antunes; Diretor de Relações Públicas, Cristiano Regalado Costa”.

O “Brazila Esperantisto”, de janeiro/março de 1959, informa que Arlindo Castor de Lima e Cristiano Regalado Costa, todo domingo apresentam o programa Esperanto pela Rádio Poti de Natal. Em setembro, a Associação Potiguar de Esperanto, também sob a direção de Arlindo Castor de Lima, apresenta na Emissora de Educação Rural, toda sex ta-feira, um curso de Esperanto – “Idioma da Humanidade”.

O mesmo Arlindo, aos domingos, dirige um curso de Esperanto na Rua Passos, 566, na Capital.

Pela Lei nº 840-A, de setembro de 1958, o prefeito de Natal denomina Zamenhof a uma praça da capital, Natal. O projeto foi do vereador Sebastião Malaquias.

O “Brazila Esperantisto”, de julho/setembro de 1963, informa que o capitão Gualter Pereira de Araújo leciona Esperanto em Natal. Seu objetivo é preparar instrutores que futuramente possam ensinar a língua em colégios. O curso tem a duração de seis meses, com direito a receber diploma da Liga Brasileira de Esperanto.

O 1º Encontro Nordestino de Esperanto aconteceu em Natal, RN a 12 de abril de 1979.

O evento foi organizado pela Associação Potiguar de Esperanto sob auspícios da Liga Brasileira de Esperanto, apoio do Conselho Brasileiro de Esperanto e a participação de associações esperantistas dos seguintes Estados: Ceará, Alagoas, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraíba, além de representantes das cidades: Caçapava, SP; Garanhuns, PE; e Campina Grande, PB.

O discurso de abertura foi proferido pelo estudante universitário Manoel Alves da Silva, presidente da Associação Potiguar de Esperanto, no auditório do SENAC, e à mesa de honra sentaram-se as seguintes autoridades e convidados: representantes do Governador, do Prefeito, do Secretário de Educação e Cultura e, pessoalmente, o Presidente da Câmara Municipal de Natal; Prof. Sylla Chaves, presidente da Liga Brasileira de Esperanto; Cel. Francisco Alves Mata, Presidente da Associação Alagoana de Esperanto; Dr. Geraldo Pires Sitônio, representante do Presidente da Associação Pernambucana de Esperanto; e Major Gilberto A. Silva Velho, representante do Conselho Brasileiro de Esperanto.

A Banda de Música da Polícia Militar do Estado executou o Hino Nacional, o Hino do Esperanto e também músicas brasileiras e esperantistas.

Na entrada do auditório havia bela exposição de livros, jornais, revistas, cartas, bandeiras e cartões postais de diversos países.

Todas as sessões de trabalho foram realizadas na Escola Técnica, sob a coordenação do Prof. Sylla Chaves.

Após a reunião de encerramento os esperantistas realizaram passeio de ônibus pela cidade, visitando os principais pontos turísticos da capital.


Vidu cxi tiun artikolon en esperanto.

  • natal_pt.txt
  • Lastaj ŝanĝoj: 2007/07/26 15:47
  • de 127.0.0.1